Valorização económica do conhecimento é ainda insuficiente
Notícia originalmente publicada no site Noticias ao Minuto
Um estudo sobre empreendedorismo concluiu que a valorização económica do conhecimento pelas instituições científicas e tecnológicas portuguesas é ainda "insuficiente", sendo necessário acompanhar o salto dado em equipamentos com um esforço na capacidade de gestão.
O Estudo Internacional de Empreendedorismo, produzido pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e pela Business Talent Enterprise (B'TEN), no âmbito da comemoração dos 18 anos da Academia dos Empreendedores, "pretende mostrar o quanto se tem evoluído em Portugal na área da valorização do potencial económico de projetos inovadores", de acordo com a informação divulgada à agência Lusa pela ANJE.
Segundo o documento, "a valorização económica do conhecimento pelas instituições científicas e tecnológicas portuguesas é ainda insuficiente", uma vez que as universidades orientam parte do esforço para questões com pouca aplicação prática e as empresas não utilizam o conhecimento científico para resolver problemas práticos, desvalorizando economicamente o esforço intelectual.
Reconhecendo o "enorme salto" que Portugal deu nos últimos anos em infraestruturas para acolhimento de iniciativas empresariais, de iniciativa pública e privada, o estudo enfatiza que falta agora acompanhar esta evolução em equipamentos "com um esforço complementar na sua capacidade de gestão".
A promoção de uma cultura para a iniciativa, a valorização do sistema científico e tecnológico como "fonte originadora" de projetos com "elevado potencial de crescimento" e a dinamização de uma política pública que interligue o conhecimento residente nas universidades, os centros de transferência de tecnologia e as necessidades e inovação das empresas são outros dos aspetos destacados.
"O que aprendemos, sem surpresa, com os casos analisados é que o sucesso das incubadoras depende em larga medida da sua liderança e das capacidades da equipa de gestão", refere este documento que inclui estudos de caso e um conjunto de 24 'working papers' de académicos (12 da Universidade do Minho e outros 12 da Universidade do Porto).
Esta "radiografia" ao empreendedorismo, como se apresenta, alerta que as empresas que não participarem nos processos de inovação e intercâmbio, "características atuais do mercado global, correm risco de exclusão", denotando que os desafios associados à criação e dinamização de um "ecossistema empreendedor" são "múltiplos".
Este estudo - que se insere no âmbito da iniciativa da ANJE "A Maioridade do Empreendedorismo - Ideias, Projetos e Ecossistemas", com que se assinalam os 18 anos da Academia dos Empreendedores - destaca que os avanços alcançados foram "significativos", no que se refere ao aumento das verbas disponíveis.
"Quer no 'COMPETE' quer no 'Portugal 2020' [programas de fundos comunitários], foram mobilizados e estão previstos recursos públicos expressivos para os designados instrumentos de inovação financeira", realça.
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